17 de dezembro de 2011

Projeto “Palmas para o Semi-Árido” beneficiará quatro municípios do cariri; um deles é Juazeirinho


 
Poucas pessoas acreditam na riqueza natural produzida pelo semi-árido. Essa visão distorcida começa a mudar com o projeto “Palmas para o Semi-Árido” que já está sendo desenvolvido em dez municípios paraibanos: Itabaiana, Cabaceiras, Monteiro, Taperoá, Juazeirinho, Cubati, Picuí, Barra de Santa Rosa, Logradouro e Alagoa Grande. O projeto orçado em R$ 580 mil vai beneficiar inicialmente 150 pequenos produtores rurais. O trabalho começa na escola, com filhos de agricultores aprendendo o cultivo da planta, e a produzir pratos variados com a palma in natura, e vai até o campo, onde os produtores tomam conhecimento de todas as opções econômicas geradas pela palma.

O broto da palma está sendo usado na alimentação humana, como hortaliça do deserto, com altos teores nutritivos e de sabor agradável, e está em vias de ser a matéria-prima de cosméticos da empresa Natura. Até então, os produtores só conheciam a utilização da palma como forrageira para alimentação animal.

Os agropecuaristas envolvidos no projeto defendem a palma como uma cultura que apresenta uma gama de opções rentáveis para a região do Semi-Árido. Segundo estimativa de Paulo Suassuna, consultor do Sebrae, especialista em palma, uma tonelada da planta in natura custa em torno de R$ 20. No sistema de produção que está sendo utilizado pelos produtores inseridos no projeto, a meta é produzir 400 toneladas de palma por hectare, o que vai representar uma renda de R$ 8 mil por ano.

Estão sendo instalados 15 Núcleos de Tecnologia Social nos municípios escolhidos. Cada núcleo vai gerar emprego e renda para 15 produtores. Além da renda com a palma in natura os produtores vão poder ganhar com o farelo da palma. De um hectare plantado, 30% da produção vai ser convertida em farelo, que custa algo em torno de R$ 15 o saco de 40 quilos. A proposta do projeto é resgatar a cultura da palma, com todas as suas opções econômicas a serem oferecidas ao produtor rural. Produtor usa sistema de produção mexicana O projeto está sendo desenvolvido com recursos da Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba), Senar-PB (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), governo municipal, com o apoio do BNB e da Fundação Banco do Brasil, bem como da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

O diferencial do cultivo de palma utilizado no projeto é que os produtores usam um sistema de produção desenvolvido no México, que confere produtividade de 10 a 12 vezes maiores que o sistema tradicional. Conforme Paulo Suassuna, o novo sistema vai apresentar uma produção em apenas 1 ha de palma equivalente ao que obteria no sistema tradicional em 10 ha de área plantada. “A gente trabalha a palma como uma cultura nova. É uma planta que gosta de ser mimada”, brincou Suassuna.

O trabalho começa na escolha da raquete (muda) e no preparo do solo. A área escolhida tem de ser em bom terreno, e os produtores devem ficar atentos para o manejo,adubação adequada, espaçamento, para que a produção seja elevada. Por ser uma planta bastante resistente à seca não necessita de muita água. Nos Núcleos de Tecnologia Social instalados no campo não vai ser utilizada irrigação. Vai ser um cultivo de sequeiro. A água só será utilizada nos canteiros introduzidos nas escolas pelos alunos. São utilizados 50 litros de água a cada 15 dias. (HS) Iniciativa vai ser levada às escolas de Taperoá.

A cidade de Taperoá é a primeira que vai apresentar resultados do projeto. Uma das propostas paralelas da implantação dos Núcleos de Tecnologia é o segmento operacional pequeno especialista. O projeto será levado a três escolas da rede municipal de cada município trabalhado. Cada escola vai capacitar 15 alunos, um professor e uma merendeira, para o cultivo racional da palma visando à produção do broto, matéria-prima para a elaboração de alimentos à base de palma. Neste mês de dezembro começa a ser colhida a primeira produção de brotos de palma, em Taperoá. Segundo Paulo Suassuna, em 45 dias após plantado, o broto da palma já está em ponto de ser colhido.

Nas escolas, além do pequeno cultivo da palma, é tirado um grupo de alunos, mães, professores e merendeiros para uma capacitação culinária. Eles aprendem a produzir vários alimentos com o broto da palma, como sucos, sorvete, picolé, sopa, saladas, cremes, tortas, guisados, ensopados e bolos.



Fonte: Jornal da Paraiba-agitaparaiba.com

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