Escola Severino Marinheiro de Juazeirinho é referência no combate a violência

Diretores e professores elaboraram um regimento para dar subsídio ao bom funcionamento da escola, com essa idéia a escola recebeu destaque na imprensa paraibana.

Recentemente a equipe do Correio da Paraíba (TV e Jornal Escrito) esteve visitando a Juazeirinho e a Escola Municipal Severino Marinheiro recebeu destaque por está sendo referência no combate a violência. 

Presente na maioria das escolas paraibanas, a violência tem se tornado uma constante entre alunos rebeldes que se revoltam contra as diretrizes elaboradas pelas instituições, que visam cultivar os bons ensinamentos para formação de cidadãos éticos. No entanto, isso tem sido um desafio para os educadores, que são obrigados a conviver com as dificuldades provenientes do mau comportamento de alguns alunos que acabam atrapalhando até o desempenho dos outros estudantes. 

Diante dos problemas, escolas de todo o Estado vem se mobilizando no intuito de conseguir controlar a violência e a indisciplina nos colégios. Do Litoral ao Sertão, a situação é persistente, e de uma cidade para outra, os problemas só se intensificam. Em Patos, professores de uma escola municipal reclamam que não conseguem mais enfrentar a violência provocada pela rebeldia de um grupo de alunos, que decidiram dominar a escola e transformá-la em ponto de trafico e consumo de drogas. 

Em Campina Grande, alunos de uma escola estadual dominam a instituição e em alguns casos, ameaçam até os professores de morte. Em João Pessoa, num bairro periférico, estudantes preferem se agredir dentro da sala de aula, do que ouvir a explicação do professor. A violência é tanta que até armas já foram encontradas com alguns estudantes. Drogas, inclusive crack, já não é mais novidade na escola. 

Mesmo diante de uma situação que parece fugir ao controle e que tem se alastrado em todo país, é possível identificar exemplos de escolas que tem enfrentado a problemática da violência e que já apresentam resultados bastante satisfatórios. È o caso da Escola Municipal de Ensino Fundamental Severino Marinheiro, localizada no município de Juazeirinho, no Seridó paraibano. 

Assim como em outras instituições de ensino, a escola também apresentava indícios de violência, mas em pequena escala, se comparada à situação de João Pessoa, Campina Grande e Patos. No entanto, a situação poderia ter se intensificado se não tivesse sido a ideia dos diretores e professores elaborar um regimento para nortear e dar subsídio para o bom funcionamento da escola. 

Elaborado em 2010 e adotado no início desse ano, o regimento é formado por professores, funcionários e representantes da comunidade, como pais de alunos e entre seus principais objetivos, destaca-se a valorização humana e o respeito mútuo. A diretora da escola, Rosa Garcia, explica que após a adoção do regimento, as famílias dos estudantes passaram a participar com mais freqüência, da vida escolar dos filhos,

estudantes passaram a participar com mais freqüência, da vida escolar dos filhos, buscando uma aproximação mais intensa com a escola. 

“A família é base de tudo. A qualidade, os valores e o respeito pelo outro não pode ser apenas atribuição da escola, tem que ter a participação dos pais, que também são educadores. Depois do regimento, tudo o que acontece com um aluno, ai comunicamos aos pais, eles vem acompanham os filhos e a situação é resolvida numa boa”, disse a diretora, que ainda destacou o papel fundamental dos professores que tem com se dedicado ao projeto e trabalham em aulas, temas relacionados ao problema. A professora Simone Fernandes ressalta a importância do regime e diz que a escola Severino Marinho pode ser considerada um exemplo para o país. 

 “Na primeira semana de aula, os professores trabalharam a questão dos valores, mostrando a importância do respeito, da educação e do amor entre as pessoas. Os alunos estão bem empolgados e eu estou muito surpresa com a receptividade deles com as normas do regimento”, afirmou Simone.

Para o estudante do 6º ano, Felipe Daniel, de 10 anos, a escola não é lugar para violência e que para combater esse mal, é preciso que os alunos se conscientizem de seu papel na escola. “Estamos na escola para aprender o que é bom e a violência não é uma coisa boa, por isso, não pode estar presente na escola. Eu me sinto muito seguro na minha escola, porque não vejo violência aqui”, relatou o estudante 

Rosa Garcia conta que em seus anos de experiência como educadora já presenciou cenas de violência nas escolas por onde passou e que sempre percebeu a necessidade de determinar regras, normas e diretrizes para transformar a instituição escola em um ambiente agradável, justo e propício à construção de seus ideais: formar cidadãos críticos, conscientes e contribuir para uma sociedade mais igualitária. 

A frente da direção da escola Severino Marinheiro desde ano passado, ela buscou apoio nos demais funcionários para conseguir aplicar o projeto, que ainda se encontrava somente escrito no papel. “Agradeço a participação de todos que contribuem para que nosso regimento obtenha resultado e que faz de nossa escola, um ambiente seguro, com disciplina e bom para cumprir a nossa missão de educar”, destacou. 

De acordo com a coordenadora da mulher e mais de dois estudantes, Fabiana Rimar, o projeto adotado pela direção da escola mostrado resultados bastante positivos. Ela destaca que a melhor iniciativa é trazer a família par o convívio escolar, para que juntos, seja possível formar alunos com mais dignidade. Fabiana reconhece seu papel enquanto mãe e afirma que sempre que é convocada a comparecer à escola, vai com prazer. “Já teve dia de eu vir até três vezes porque sei do meu papel, das minhas obrigações de mãe. Não posso jogar para escola, uma obrigação que é minha. Percebo que as coisas mudaram muito e ficarão ainda melhor, porque família e escola têm que andar juntas”, desertou Fabiana Rimar.

A Escola Municipal Severino Marinheiro tem um mil e quarenta alunos e é considerada a maior escola da região.

Fonte: Daniel Mota- Correio da Paraiba | agitaparaiba.com